Cuidado, Açúcar Vicia!



Depois do almoço ou do jantar dá muita vontade de comer um doce de sobremesa, não é mesmo? Outros momentos também convidam a um “docinho”: o café da manhã, o lanche da tarde ou o do meio da noite, quando dá a irresistível vontade de “assaltar” a geladeira. Até aí, nada de errado. Tudo normal.

Porém, muitas pessoas tem absoluta necessidade de comer algo que contenha açúcar. Não se sentem bem, nem física, nem emocionalmente, a ponto de que a falta do açúcar acaba interferindo no humor e nas atividades normais do dia a dia. Por isso cabe a pergunta: será que o açúcar “vicia”?

Pode parecer exagero, mas infelizmente, é isso mesmo, o açúcar vicia. E o pior de tudo é que as mulheres são as maiores vítimas.
O stress, a TPM, solidão, tristeza, decepção e sentimentos como este são alguns dos motivos que levam as mulheres a recorrer a algum tipo de doce bem açucarado. Problema é que, de acordo com o tempo em que a mulher vem comendo doces na sua vida, vai se tornando uma dependente de açúcar, sem perceber.
O açúcar tem uma função que é alterar justamente os hormônios que mexem com o apetite, e assim cada vez mais a quantidade consumida acaba crescendo.
O consumo de açúcar vem crescendo a cada ano, é considerada uma droga estimulante, lícita, e pouco se discute sobre seus prejuízos à saúde humana. Para se ter uma ideia, de acordo com a Embrapa, em 50 anos, os brasileiros adicionaram 68 gramas do produto por dia em suas refeições. Isso equivale a cinco colheres de sopa. De acordo com o órgão de pesquisa agropecuária, nós consumimos cerca de 150 gramas de açúcar diariamente – a média mundial é de 57 gramas.

Seu consumo exacerbado vem trazendo consequências perigosas para a população, chegando a ser considerado um problema de saúde pública, atualmente, por gerar uma série de desequilíbrios sistêmicos. 

A dependência química do açúcar gera sensação de prazer, estimulando neurotransmissores cerebrais. Essa reação boa leva ao vício. A sensação de satisfação dura pouco: apenas até o momento em que a insulina, substância produzida pelo pâncreas, entra em cena para varrer todo esse açúcar da corrente sanguínea e levá-lo às células, estocando-o em forma de gordura. Com ele fora da circulação, você volta a sentir falta do ingrediente e o ciclo recomeça. Quando há excessos, o pâncreas sofre sobrecarga e deixa de produzir insulina. Como resultado, a pessoa desenvolve diabetes.

O açúcar é apenas um alimento calórico, de baixa qualidade nutricional, que não oferece benefícios para o organismo. Ele rouba nutrientes, podendo alterar o meio digestivo no estômago, prejudicar a absorção de vitaminas e minerais, interferir na digestão e na absorção intestinal, além de facilitar o aumento da excreção de alguns nutrientes dentro do organismo. 

Pouca gente sabe, mas o açúcar traz prejuízos ao intestino, pois é o alimento preferido de bactérias patogênicas, fazendo com que as colônia cresçam rapidamente, e, ao mesmo tempo, diminui o número dos organismos que ajudam a flora intestinal. Outros malefícios são o aparecimento de diabetes, o aumento de cáries, infecções e osteoporose, relacionada à perda lenta e constante de cálcio e magnésio, lesão nas paredes dos vasos sanguíneos, obesidade, envelhecimento precoce (aumento de radicais livres), hiperatividade, ansiedade e dificuldade de concentração e irritabilidade.

Existe um processo natural do corpo chamado glicação. Com outros mecanismos, como a oxidação, ele é responsável pelo envelhecimento. Depois de muito tempo de consumo contínuo de açúcar, as consequências para a pele serão para a vida toda!

Descobriu-se também que as células doentes exigem mais glicose do que as normais para funcionar. Isso quer dizer que o açúcar seria essencial para a proliferação e o crescimento de tumores. 

É fundamental o uso controlado e limitado desse alimento, para garantir a qualidade e o equilíbrio do corpo. Por meio de trocas inteligentes, como o uso de açúcar mascavo e o orgânico, podemos ingerir alguns nutrientes interessantes. Mesmo assim, o consumo tem de ser consciente e equilibrado, para garantir a saúde física e mental.

Um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles, feito com ratos de laboratório, mostrou que uma dieta com elevada dose de açúcar deixa o cérebro mais lento, prejudicando a memória e o aprendizado. De acordo com o estudo, o consumo excessivo pode interferir na capacidade da insulina de regular como a célula usa e armazena esse ingrediente, o que é necessário para o processamento de pensamentos e emoções.

Quem é dependente de açúcar, com certeza terá crises de abstinência caso seja retirado de uma só vez todo o consumo, mas uma ótima dica é trocar o açúcar do café por adoçante à base de sucralose, trocar o refrigerante por sucos e tomar bastante água ao longo do dia, por exemplo.

Deixe o sedentarismo para depois, comece a fazer atividades físicas, seja em academia, ao ar livre ou mesmo assistindo a vídeos de exercícios que são encontrados na internet. Faça pelo menos 30 minutos de atividade física diariamente, pois seus hormônios do bem estar serão liberados e a ansiedade irá diminuir bastante.

Não fique mais de 3 horas sem se alimentar- pois a fome vai aparecer com tanta força, que o primeiro doce que encontrar será devorado. Se for preciso procurar um nutricionista para fazer uma dieta adequada para a sua situação, faça, pois com certeza ele irá te ajudar a burlar essa vontade de comer doces.

Essas são apenas algumas dicas básicas, mas que podem fazer toda a diferença para uma melhor qualidade de vida.
Texto elaborado por AMANDA REIS - NUTRICIONISTA.

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