Não seria perfeito se um único alimento
fosse capaz de emagrecer, acabar com o inchaço do corpo, melhorar a pele,
abaixar os níveis de colesterol ruim e evitar a pressão alta ou até mesmo
câncer? Pois, acredite, essa maravilha existe e se chama Chia!
A chia (Salvia hispanica L.) é uma planta herbácea da
família das lamiáceas e originária do México. A importância do consumo desta
semente tem sido reforçada por especialistas em nutrição humana, uma vez que
nela são encontrados ácidos graxos poli-insaturados essenciais, fibras,
proteínas e outros nutrientes. Mas a fama notória da chia foi conquistada
graças aos seus efeitos sobre a dieta, pois a semente é capaz de favorecer o
emagrecimento. Consumi-la significa colher uma lista de benefícios, que incluem
desde regular as taxas de colesterol sanguíneo até fortalecer o sistema
imunológico.
A semente é sensação do momento entre os fãs das dietas e parece realmente milagrosa. A ligação do consumo da chia com a perda de peso se deve ao fato da semente ter a capacidade de aumentar em até dez vezes seu peso ao ter contato com a água, quando forma um retículo e dá origem a soluções de alta viscosidade, responsáveis por auxiliar no funcionamento do metabolismo lipídico. Já no estômago, a chia retarda o esvaziamento gástrico, ajudando a reduzir o apetite e aumentando a sensação de saciedade. Existe ainda a possibilidade de a chia ser a solução para quem está muito acima do peso, sofre para perder medidas e dificilmente consegue atingir o objetivo.
O ômega 3 encontrado na semente de chia aliado ao alto teor de fibras da semente, conseguem diminuir as placas de gorduras nas artérias favorecendo a saúde cardiovascular e diminuindo os níveis de colesterol LDL na circulação. Além disso, ajuda na regulação da pressão dos vasos sanguíneos, uma vez que aumenta a fluidez sanguínea, evitando assim o aumento da pressão arterial.
A indicação é comer duas colheres de sobremesa de chia diariamente, quantidade suficiente para melhorar o funcionamento intestinal e reduzir a sensação de fome. Deve ser ingerida 30 minutos antes das refeições, mas com alguns cuidados. O consumo da chia é um auxiliar no processo de perda de peso. O seu uso sem nenhuma mudança no planejamento alimentar e também sem a adoção da atividade física, não vai promover o emagrecimento esperado. São necessárias outras mudanças que favoreçam a sua ação.
Ajuda a emagrecer: um dos motivos que fazem da chia uma grande aliada na perda de peso está na sensação de saciedade que a semente proporciona. Suas fibras têm a capacidade de absorver muita água, transformando-se em uma espécie de gel. É só fazer o teste, deixando uma porção de molho num copo para perceber a semente inchando em pouco tempo. Quando é ingerida, a reação é semelhante. Em contato com os sucos gástricos, suas fibras se transformam nesse gel, que aumentam a dilatação do estômago. É esse mecanismo um dos fatores que favorecem a saciedade e, consequentemente, acarreta um menor consumo de alimentos.
Previne e controla o diabetes: por conter fibras e aumentar o tempo de liberação da glicose, a chia pode ser relacionada com a prevenção do diabetes tipo 2. Funciona da seguinte forma: a digestão dos carboidratos começa na boca e termina no intestino, onde partes maiores de carboidrato são transformadas em tipos diferentes de açúcar (glicose, frutose, galactose) para serem absorvidos. Quando consumida com fontes de carboidratos (frutas, massas, pães), as fibras da chia têm como efeito a diminuição da velocidade com que o carboidrato sai do estômago e chega ao intestino, para terminar de ser digerido e absorvido, justamente por se transforarem em um gel. Dessa forma, a glicose é liberada lentamente na corrente sanguínea, fazendo com que o hormônio insulina, necessário para transportá-la até as células, também seja liberado em pequenas doses. A vantagem de tudo isso é que com menos doses desse hormônio circulando no organismo, evita-se assim uma condição chamada resistência à insulina. O quadro ocorre quando é preciso uma quantidade maior do composto para que a mesma quantidade de glicose seja armazenada, e em longo prazo favorece o aparecimento do diabetes tipo 2.
Previne doenças cardiovasculares: o consumo regular de chia é capaz de evitar doenças como infarto, derrame e hipertensão graças as suas grandes quantidades de ômega 3. Esse ácido graxo reduz a formação de coágulos sanguíneos e arritmias, além de diminuir o colesterol circulante no sangue. Além disso, o ômega-3 ajuda na regulação da pressão dos vasos sanguíneos, uma vez que aumenta a fluidez sanguínea, evitando assim, o aumento da pressão arterial.
Regula o colesterol: de toda gordura que compõe a chia, aproximadamente 77% são formados por ácidos graxos ômega 3 e ômega 6. Essas gorduras têm como uma de suas principais propriedades reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL), além de baixar os triglicérides na corrente sanguínea. Além disso, as fibras da semente também têm efeito benéfico na diminuição da concentração dos lipídios no sangue, que é o caso do colesterol.
Efeito desintoxicante: os antioxidantes, como o ácido cafeico, de sua composição, são responsáveis por auxiliar na desintoxicação do fígado, além de impedir a formação de radicais livres que agem destruindo as membranas celulares e desencadeando o processo de envelhecimento.
Fonte de cálcio: por ter bastante cálcio, a chia é uma alternativa para indivíduos que têm intolerância à lactose, necessitando de fontes alternativas desse mineral. Porém, alimentos como tofu e gergelim contêm maiores quantidades de cálcio, e vale consumi-los também.
Protege o cérebro: ela também pode favorecer as ligações cognitivas no cérebro. Muitos estudos relacionam os ácidos linoleico e alfa-linolênico presentes na semente com a formação das membranas celulares, as funções cerebrais e a transmissão de impulsos nervosos.
Pele e cabelos mais bonitos: em sua composição nutricional, a chia também apresenta vitamina A, nutriente que age como antioxidante contra os radicais livres e também auxilia na redução da acne e prevenção do ressecamento da pele. A semente também leva vitamina B2, importante na saúde da pele, unhas e cabelos.
Efeito anticelulite: já se sabe que a chia contém quantidades significativas de ômega 3 e muitos estudos têm relacionado o consumo desse ácido graxo com a diminuição da inflamação, o que seria interessante para diminuir e evitar celulite, um processo inflamatório do organismo.
Fortalece a imunidade: por conter minerais como o selênio e zinco, que auxiliam o sistema imunológico, a chia é importante para reforçar as defesas, afastando de perto doenças como gripes, resfriados e processos infecciosos. Além disso, por ter nutrientes como fósforo, manganês, cálcio, potássio e sódio, a semente é indispensável para a manutenção da integridade e saúde das células.
Boa fonte de ferro: o mineral, presente em grande quantidade na chia, é muito bem absorvido nesse alimento. Ele é o principal nutriente na formação dos glóbulos vermelhos, que transportam o oxigênio pelo nosso corpo. A redução desses glóbulos e da oxigenação levam à anemia, fadiga e cansaço, aumenta os riscos de infecções e também se relaciona a uma queda na imunidade.
Texto elaborado por AMANDA REIS - NUTRICIONISTA.
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